domingo, 21 de dezembro de 2008

Tua Ausência



A tua ausência
Ronda os espaços
Onde habito,
Como um anjo da dor
A sugar-me a vida.

E ela olha-me
De espreita.
Olha-me com os olhos negros
Me cegando a alma,
Me secando o ventre.

Roendo as cordas
Do tempo,
Ela segue muda
Me deixando surda
De tanto silêncio.

A tua ausência plena
Páira inerte
Sobre minha cabeça,
E fingindo pena de mim
Diz que existe
Pra que eu te esqueça.

2 comentários:

A. Ferro disse...

Precisas escrever mais e pensar/falar menos. Tuas criações são tão mais belas quando te põe verdadeiramente "a criar". A fila anda...
Um beijo imenso do teu pai (ainda) coruja.

Nathalia Ferro disse...

pai, mas pela palavra é que se cria quase tudo. seja falada ou escrita, o importante é que é a partir dela que as coisas passam a existir de fato.
quem fala cria tanto quanto quem escreve, a diferença se dá apenas no que vc pretende (ou não)documentar.
mas desde já te digo. por mais belos que sejam, os documentos jamais retratam com perfeição a mente que os originou.
a mente é o infinito dentro de nós, pai.

te amo, coruja.