segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eterno Retorno


Logo-logo estou de volta,
Pra você
Que não está nem aí.

Tão logo começo a falar
E você se põe a dormir.

Daqui a pouco estou chegando,
Pra não ter nenhuma atenção;
Pra te ver me negando as migalhas
Que te sobram do coração;

E não tem jeito...

É como se eu
Não pudesse pensar direito,
E insistisse
No que nunca existiu;

O pouco que tive,
A muito partiu;
Sem rumo, nem chance,
Nem retorno;

E fico eu nessa volta sem fim,
Querendo mostrar
Que com você é que quero ficar...

Mesmo se for
Pra errar tudo de novo.

Caminha(dor)


Deixa ele seguir caminho
Com o cachorro e o Sol
E de mãos com a solidão

Deixa ele parar
Na beira da estrada
E olhar perdido pra nada
Que guarda como recordação

Deixa ele passar
O frio que se passa
Quando não se tem amor
Nem coração

E subir exausto
De carona
Na boléia da dor
Ou do caminhão

Sabe que ele vai fugir
O quanto puder
E é isso que você quer
Que esqueça a sua direção

Mas que leve marcado em sua história
No peito, no braço e na memória
Seu nome, riso, fogo...
E aquela canção.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Desvairada (Música)


Um dos presentes mais lindos que ganhei este ano.
Música feita pra mim, por meu querido Tiago Quevedo, cuja amizade também foi um dos grandes presentes que ganhei... da vida.


Desvairada
(Tiago Quevedo/Daniel Mondego)

Esse som é meu refúgio
E as notas me inebriam
No olhar da contramão
Eu enfrento a multidão

Sou apenas existência
Um poema uma canção
Sou a arte em sua essência
E as vezes solidão

No meu modo eu resisti
Sou quem sou e o que vivi

Encantada como um anjo
Desvairada me arranjo
Mas nas notas do meu canto
Só eu sei o que senti

Enfrentando meus anseios
Relutei em prosseguir
Mas meu vôo é do meu jeito
E pressinto conseguir

Eu só acredito em mim
Desvairada sou assim...

E a todos que amam
Me julguem por quem sou
A liberdade nunca é em vão.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Les Ami



Quase me faz chorar
Muito da sua maneira:
Uma mistura de doce com amargo,
Colherzinha de café numa xícara de açúcar.

Pra casa volto sentindo o vento
Me batendo no rosto
Implorando pra que eu a esqueça,
Me alertando antes que eu enlouqueça;

É que ela é a mulher dos meus sonhos,
Em timbre, cor, tamanho e delicadeza.
E em minhas mãos ela encaixa tão bem,
Que chego a pensar serem só minhas
Todas as harmonias que ela sozinha detém;

E quando ela se vai,
Me deixando numa saudade eterna,
Buscando vestígios de seu cheiro,
Abraço a parte que dela me resta;

E fechando meus olhos acordado,
Cuidadosa, meiga, incerta...
Eu a posso ver clara,
Iluminando minha noite deserta.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pueril

Imagens: Ionit Zilmerman.


Envelhecer?!
Mas quando??
Ainda que me esforçasse para tanto...
A gente não vive tempo suficiente
Neste mundo
Para deixarmos de ser crianças.