segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sobre a Saudade



A saudade é doída... É doida...
Essa saudade é um escândalo, um estrondo dentro de mim.
É um papôco na cabeça que me deixa tonta e me dificulta até respirar, de vez em quando.
Um abuso uma saudade dessas. Mil coisas pra fazer, e ela me impedindo até de pensar.
Se pelo menos teu cheiro sumisse da minha pele, se a tua voz abandonasse a mania de ecoar nos meus ouvidos, se teus beijos não me deixassem nos lábios esse gosto de ti que me alucina tanto...
Seria a saudade mais serena... Dava até pra suportar.
Mas ô, pequeno! Pra que judiar de mim, e deixar essa maldita me fazer flutuar de tanta lembrança?
Pra que tatuar esse apreço em mim, como uma insígnia de dor, que só serve pra me fazer morrer quando me recordo destes teus olhos de mel?
É de lágrima, é de sufôco o legado dessa amiúde e pungente saudade...
Mas é também de uma esperança irreprimível, de um amor digno, puro e sobretudo teimoso, que se faz permanente até no mais ignóbil silêncio.
Até nas menores sobras de presença...

Até na mais oca voz da solidão.

4 comentários:

Thales Salomão Rocha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thales Salomão Rocha disse...

Eu não consigo ficar sem me nutrir de certas coisas que não se explicam, mas que são bem ditas quando ditas por ti.

Um beijo!

Anônimo disse...

Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento

a saudade dói como um barco
que aos poucos descreve um arco
e evita atracar no cais

a saudade é o revés de um parto
a saudade é arrumar o quarto
do filho que já morreu

Anônimo disse...

Kai-kai do (S)ábado

(S)audade é barco...
(S)olidão é porto...
(S)ofrer é fonte...
(S)entir é fato!

Teu pai que te ama!