segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Meu Jardim

...  Já observaste que todo poema tem um contorno?


É que já não me interesso mais
Pelo que é feito sem música nem sinceridade.
Não quero mais as coisas brandas, de cadência suave.
Atrai-me o frenético, o inconstante certo.
Tanta loucura só pode dar em solidão.
Não me acostumo mais a viver sem arder
E ainda rimando, repito: na confusão, encontro solução.
Toda sem eixo escrevo meus caminhos tortos.
Não me amedronta o erro, mas a inércia...
E tudo de mim, a esmo, não passa de um relato solto,
De um jardim plantado sob a sombra do tempo,
Regado a lágrimas, cujas flores sem cores
Pinto de sonhos, sentimentos, e tudo que invento
Para colher o que possa chamar de “vida”.

Nathalia Ferro.


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