segunda-feira, 2 de julho de 2007

A Brisa


Deixa-me esgotar no teu corpo o peso dessa angústia que me esmaga por dentro. Eu preciso voar... Deita aqui, com esse teu corpo iluminado e de veludo, e me cobre como cobre a águia o seu ninho. E toca, calmamente, cuidadosamente, com tuas mãos firmes, todos os meus recôncavos. Conquista todos os territórios da pequena e pacata planície do meu corpo. Vem cá... Traz pra mim esse beijo alucinógeno que me alimenta a loucura de estar somente ao teu dispor. E pousa esses olhos de anjo caído em cima de mim, com toda piedosa malícia, despindo minha pele e vasculhando minha alma. Enternece meus dias com teu sorriso de menino, e acaricia meus ouvidos com o som mágico da tua gargalhada livre e clara. Faz-me chorar, amor! Deixa que minhas lágrimas lavem teu corpo... Eu quero, aos prantos, transbordar a alegria de te acolher em meus braços. Eu quero, eu preciso persistir dentro de ti, forte e serena... E inundar para sempre tua boca com as sílabas do meu nome. Ah, meu príncipe lindo... Eu quero teu coração atropelado, descompassado e tonto, de tanto me amar! Vem, amor, como um pássaro exausto e voltejante... E repousa em mim o teu cansaço. Vem, pra saber que sou eu a tua terra, sou eu a tua casa... E vem, pra saber que quantas vezes quiseres, e para onde fores, eu serei a brisa fresca e constante que acompanhará o teu vôo.

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