segunda-feira, 2 de julho de 2007

Eternos Instantes


Vago cada instante como se no infinito todos eles se precipitassem... Como se eternamente eu os vivesse e como se por isso mesmo eu não devesse me cansar deles... Vivo agora os momentos frios que me abordam e não me acrescentam quase nada. Antes, sim, houvera em mim uma busca mais forte por emoções mais fortes ainda. Agora não. Agora sobra aqui um marasmo... Um confuso desconsolo. Uma sobra do que não há. E também não sei por que as coisas mudam tão bruscamente dentro de mim. Por que vivo horas alucinantes, e por que as mesmas horas depois de mínimos dígitos de segundo passam a me entediar muito profundamente. Então fico assim... Pasmada, letárgica... Com esse olho q não vê e essa mão desmaiada debaixo do queixo. Assim, como quem espera adormecer estando insone, ou como quem se entrega às resignações de um dia perdido... Eu por enquanto não estou. Eu permaneço. Sôfrega, morrendo de pena de mim, quase, mas permaneço. Permaneço onde estou e sem querer sair. Permaneço sentindo, sem querer combater qualquer espasmo de dor, ou suspiro de impotência. Permaneço incógnita de mim... Mas não posso negar que continuo tranqüila. E não de uma maneira mórbida. Eu transpareço a tranqüilidade dos justos, a tranqüilidade dos sãos e dos que têm paz. Dá então pra sugerir que os instantes que não passam... Eles não destroem nada... Eles apenas machucam... E apesar de infinitos, no final de tudo eles são apenas instantes...
Porque inclusive eu, no fim de tudo, não passo de um instante...

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