segunda-feira, 2 de julho de 2007

Para Uns Olhos


“E porque você é um menino que não pisca nunca, e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação. E você é capaz de ficar me olhando horas.” (Vinícius de Moraes - com adaptações)

E fico olhando pra ti... Pra esses olhos que foram feitos de faíscas do Big Bang, mas que aqui na Terra têm o dom de serenizar tudo que tocam.
Olho pra uns olhos que destituem a paz de dentro de mim. Que me fazem sentir intensamente viva e pulsante.
Olho pra uns olhos que me fazem arder a ponto de sublimar todo o meu corpo.
São uns olhos suaves... Daqueles que sabem fazer vazar parte dos pensamentos por suas órbitas pra nos desvirtuarem de qualquer coisa que possa nos distrair. E são doces, doces... Dois cálices de mel incrustados numa face de anjo. Adornados por esse sorriso de sol rasgando triunfante a madrugada, esse sorriso de lua clara crescente, reinando absoluto no infinito do cosmo.
Tens olhos compenetrados e um tanto tristes, mas meigos. De uma ternura demasiada e constante. Dos que conservam absoluta beleza até no cerrar das pálpebras...
São lindos demais os teus olhos!
E mirá-los, pra mim, que andava meio de lado das utopias da vida, é a redescoberta do mais inesperado sonho: o de poder sonhar sem temer. De poder me lançar do precipício e cair exata nos teus braços, inteira e totalmente entregue. E permitir ao meu coração que ele bata desenfreado o quanto quiser... O sonho de querer alguém a ponto de existir como se não houvesse caminhos pra seguir ou regressar.
A profundidade luminosa do teu olhar é a coisa mais simples e bela que já pude observar em anos. E o tempo inteiro do mundo se reverte em segundos quando a luz da tua íris límpida toca e se faz refletir na superfície da minha pupila maravilhada.
É como se não existisse mais nada ao redor... E continuarei a fitar teus olhos soberanos que brilham imóveis dentro de mim...
E a vida se abre numa imensidão tão infinita quanto esse brilho, quanto esse sentimento cego e louco, que agora me devasta para reconstruir, átomo por átomo, fibra por fibra, sonho por sonho, aquela que sou de verdade.

Um comentário:

Igor Serafim disse...

Lindo, meu amor!


A tua alma... é linda assim como
teus olhos.

bjao!